28 abril 2008

descoberta

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Sim, na felicidade também encontramos lacunas. Todos nós sabemos que existe um eterno vazio que nos circunda. O vazio de um conversa interrompida para receber convidados. Uma segunda cadeira vazia, em uma mesa não tão vazia. O vazio é temor denso e interno, igual para todos. Na mente humana, o temor chega sempre antes do fato feliz. Nela, o vazio é anseio - no sentido da palavra dos pensamentos solitários, intimanente desejados - não no sentido do espaço físico desocupado. Todos nós, à parte das vivências pessoais, conscientes ou não, criamos, cultivamos e incidimos infinitos pensamentos vazios. Fazemos leituras de olhares perdidos, sorrisos padrão, mãos entrelaçadas. Feito mostruários, outros são vistos por nossas mentes com compaixão, desprezo e autopiedade criados em ligeiros piscares-de-olhos.

Mente sábia, decodifique somente o que é possível à alma. Mente sã, instale-se no vácuo e interprete-me a ausência da ação, a falta do personagem, o monólogo incompleto.
Mente clara, permita-me o entendimento. O vazio é essência.
Sim, a felicidade está na compreensão. Feliz estou por permitir a descoberta.
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