18 julho 2008

a mulher, a caixa de gordura e um sonho

*

*
Nunca mais tive pesadelos. Já me bastam alguns dias péssimos quando estou acordada. Meus sonhos são apenas bons ou ruins.
Ontem foi uma noite agitada. Noite mal dormida. Recebi muitas visitas. Algumas esquisitas. Lembro de uma agulha na garganta. Foi dolorido. Tive muitos sonhos, mas nenhum que eu pudesse lembrar a ponto de descrever uma narrativa. Minto, houve um sonho nítido sim. A mãe de um arquiteto, colega de trabalho, tinha uma história para contar. Chamou o filho e o sobrinho para revelar pequenos segredos da família. Era importante que ela explicasse como aquela casa havia sido construída. Desde o início, antes das fundações. A casa era do sobrinho. Eu era uma estranha e a construção da casa foi o único assunto que me foi compartilhado. O restante, eram intimidades que eu não ouvia – e que não me interessavam.
Hoje eu conheci essa senhora pessoalmente. A casa que ela descreveu no meu sonho é o lugar onde eu trabalho. Ela veio até o escritório com algum propósito e fomos apresentadas. E hoje, eu tive que descobrir como aquela casa havia sido construída. Eu precisava localizar uma caixa de gordura, coisa que só quem acompanhou a execução saberia dizer onde está.
Que catso é isso? Eu conheci uma pessoa que tinha conhecido só no sonho. Ela explica como uma casa foi construída. E eu precisei dessa informação para resolver uma coisa real. Doidera.
*
*
imagem: David et Bethsabée, Marc Chagall
*
*

Nenhum comentário: