25 agosto 2010

montevideo

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Fui para terapia e contei tudo o que aconteceu em Montevideo. Ao fim da sessão, minha psicóloga concluiu: Nina, foi uma viagem libertadora, não foi?
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Com os dedos entrelaçados sobre a barriga, concordei com a cabeça, emocionada e feliz.
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Fomos em quatro viajantes. Cada um teve uma impressão diferente da cidade.
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Apesar da sujeira nas ruas, da vida pacata, do povo empobrecido, da arquitetura sem restauro, do menino tentando roubar o Marcos, para mim, o saldo das lembranças ainda é muito positivo.
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Positivo porque fui na companhia de meus melhores amigos, provei (por duas vezes) a parrilla uruguaia, bebi a uvita, filei um gole de Patrícia, ouvi boa música, segui pela Avenida 18 de Julho sem ter hora para voltar, descansei as pernas em um banco na Rambla de Pocitos.
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Trago de lá a imagem de braços maternando garrafas térmicas, o Rio del Plata cercando o asfalto, plátanos em linha preparando-se para a próxima estação, a reverência do povo perante à Celeste seleção, o duelo amigo do Baar Fun Fun versus La Ronda.
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Em quatro dias de viagem, Montevideo surgiu em pouco mais de 5 horas - não mais que isso pela primeira vez. No restante do relógio da livraria Puro Verso, a cidade reapareceu em cada saudação dito hola, nos finos detalhes das pesadas portas-balcão, no ar másculo e quente do Mercado del Puerto, no brilho laranja dos pomelos, no lugar comum dos chivitos, nas cúpulas e cúpulas e cúpulas vistas de baixo para cima. Passeo lindo, passeo lindo - era o som da porta do hotel se fechando às nossas costas.
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Na falta de escutar o espanhol, Drexler tem me acompanhado no trânsito em SP.
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No somos más / que una gota de luz,
una estrella fugaz / una chispa, tan sólo,
en la edad del cielo.
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Marcos, Tato, Juliana, gracias por estes dias.
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besos,
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nina
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2 comentários:

Marcos disse...

Realmente foi uma viagem libertadora para mim também. Passado um período difícil foi lindo e muito importante ter momentos tão bons, compartilhados com os meus grandes amigos que também souberam compartilhar comigo as minhas dificuldades.

Fico feliz e orgulhoso quando vejo o Fefê, já tão mocinho, passar bem o final de semana sem a mãe dele e fico mais feliz e orgulhoso ainda quando vejo a Nina, tão menina, passar um fim de semana sem o filho dela e se sentir bem e vitoriosa!

Eu curti muito Montevideo! As ramblas, a Ciudad Vieja, a 18 de Julho, a parrillada do Mercado del Puerto. Curti a bebedeira do medio y medio, a uvita que compartilhei com a Ju e a Nina. A coragem e a raça da Nina ao pedir e devorar uma morcilla (linguiça de sangre).

Além das fotos, dos cachecóis e das boas lembranças trouxe de Montevideo, algo muito mais valioso: uma nova amizade e uma boa companhia de viagem e tenho certeza de outras baladas e saídas... a Juliana! Adorei a sua companhia!

O Tato, parece, não curtiu tanto Montevideo, ficou na comparação com Buenos Aires. Mas o bom é que ele anda feliz esses dias e não está tendo o bode pós viagem, como de costume e isso é bom! Pois mostra que, apesar de tudo, ele aproveitou o momento, curtiu a nossa companhia sem aquela ansiedade de sempre e tenho a certeza que foi a tranquilidade da Nina e a desencanação da Ju que colaboraram com isso.

Por tudo isso, Montevideo valeu muito a pena! Quero, um dia, voltar prá lá!

Gracias a todos!

Besos

nina disse...

Marcos,
Sem dúvida alguma, essa viagem foi do caralho. Já entrou na minha lista das 5 melhores viagens!
besos
nina